quinta-feira, 21 de abril de 2011

COMUNIDADE PATRIMÔNIO DO OURO CASTELO ES

 A História da Comunidade de Patrimônio do Ouro.

      Começando o histórico da Comunidade Córrego da Prata, entrevista realizada por alunos do ensino fundamental da EMEIEF ADILSON FURLAN em 22/05/1999 com o senhor: José Benicá que na época tinha 75 anos.Sua mãe  morreu aos 112 anos, nunca foi a nenhum Hospital. Segundo Senhor José Benicá os primeiros moradores do Córrego da Prata foi o Senhor Francisco Giori que veio da Itália e sua esposa Lúcia Bretani. Eles vieram com seus familiares e chegaram até no Alto Ouro em 08/08/1980, era quase tudo mata, uma das poucas matas existente no Ouro.
        Outra moradora da comunidade Senhora Maria de Lurdes Altoé disse: Flávio D Augostin (sogro) veio da Itália com a Carolina e lá descobriram que a localidade era rica, então começaram a desbravar a localidade. Chegaram a Patrimônio do Ouro com muita dificuldade por ser mata fechada, ali encontraram uma boa quantidade de ouro, resolveram e compraram 2 alqueires de terra  na época custou 40.000 réis. O ouro acabou e resolveu a repartir a terra com os filhos.

Aspectos Culturais
       
         Naquela época as estradas eram trilhas, e por isso o transporte era feito através de cavalos. em suas poucas palavras José comentou sobre a religião que era a católica por aqui, todos tinham costumes de fazer missa de sua padroeira ( Nossa Senhora do Rosário). 
         A economia girava em torno do plantio de café, arroz, milho etc... 
         Gostavam de músicas como o forro e a Folia de Reis.
         As roupas usadas na época pelos homens eram: causas, ternos e gravatas e as mulheres: lenço na cabeça e saia comprida.


                                 Uma das primeiras casas construídas no Alto Ouro

A História da Comunidade da Bateia.

        O nome Bateia vem de um instrumento usado para garimpar ouro.Os primeiros a chegarem na Bateia forma os Fáveros, Satóri, Estevam Brusquem e Tomazini. No alto da Cachoeira dos Nalli e dos Fávero encontra-se os buracos nas pedras feitas por escravos onde eles utilizavam as brocas e marretas para facilitar o garimpo.Os escravos quando não queriam trabalhar no garimpo, apanhavam muito e muitos deles morriam.

Religiosidade  

       O nome da Igreja Nossa Senhora de Caravaggio foi uma promessa que a família Tomazini fez, mas foi ajudada pelo povo, o cruzeiro foi posto lá no alto do morro por idéia de Frei Chico Botassini. Cada momento da História da Comunidade foi e tem sido de muitas lutas. A pessoa mais velha da Bateia é Dona Flávia Sartóri Fávero com seus 90 anos.
      A comunidade da Bateia fica a 22Km do centro da Cidade de Castelo ES. O melhor caminho para chegar a comunidade é passando pela estrada não pavimentada da Fazenda das Flores seguindo até Patrimônio do Ouro a Igreja da Comunidade, são 3Km por uma estrada cheia de curvas.

Curiosidades
     
      Na época as mulheres usavam vestido e os homens calça e camisa, os panos usados para fazer essas peças de roupas era o pano ronco, toco, o pano chita e o de carne seca usados para fazer vestidos, o pano de saco de açúcar era desbotado para fazer  as roupas íntimas, amesco era um pano muito usado para fazer camisas masculinas.
       Naquele tempo  não existia energia e para conservar seus alimentos colocava debaixo da banha e também salgavam as carnes e colocavam por dias para iluminar a casa usava se lamparina com querosene, o lampião e o farol feito com bambu.

  
  A IGREJA




Senhor Teodorico e Senhor Ítalo na construção da Igreja.

       Padroeiro da comunidade, Nossa Senhora do Caravaggio: Esta devoção remonta ao ano 1432, quando a Virgem Maria apareceu a uma camponesa chamada Joanete Varchi. Conta-se que, para comprovar a veracidade da aparição, a Virgem fez brotar uma fonte no lugar em que seria erguido o santuário. é invocada com a seguinte  oração: Lembrai-vos, o puríssima Virgem Maria, que jamais se ouviu que deixásseis de socorrer e de consolar a quem vos invocou implorando vossa proteção e assistência, assim, pois animado com igual confiança com a mãe amantíssima, ó Virgens  das Virgens, a vós recorro, de vós me valho, gemendo sob o peso de meus pecados, humildemente me prosto a vossos pés. Não rejeiteis as minhas súplicas, ó Virgem do Caravaggio, mas dignai-vos ouvi-las propícia e me alcançar a graça que vos peço Amém.    

UM BREVE RELATO HISTÓRICO

      O senhor Tomazio Tomazini, nasceu na Itália, Estado de Veneto, Província de Belluno, distrito de Lamon, no ano de 1872, e embarcou com seus pais; Fortunato Tomazini e Giuseppina Campogalto e seus irmãos, no porto de Gênova em 06 de Dezembro de 1879 e desembarcou no Porto de Benevente em Janeiro de 1880.
      A família Tomazini permaneceu por alguns anos em Alfredo Chaves, Sr. Tomazio Tomazini, chegou à Bateia por volta do ano de 1902, e sentiu a necessidade da construção de uma Capela onde em seu terreno construiu a 1a  Capela (particular) da Bateia. Sendo ele filho de família devota de N.Sra. do Caravaggio, encomenda da Itália a imagem da Padroeira, que foi comprada com o dinheiro doado pelas comunidades da Bateia e de Pedregulho. Chegando a imagem, a comunidade ali se reunia uma vez por ano, no dia da Padroeira, 26 de maio.
      A primeira Missa foi celebrada por Frei Geraldo de Barrus. Este Frei que dava toda  assistência, ele celebrou o primeiro batizado nesta Capela, no dia 26 de maio de 1962, a criança sendo bisneta do Sr. Tomazio e Nóelia Tomazini.
      Durante vários anos foi celebrado ali, mais com o passar do tempo a Igrejinha que era cobertya de madeira foi se deteriorando, sendo assim a imagem de N.Sra. de Caravaggio retirada e levada para a casa das filhas do Sr. Tomazio, já então falecido. São elas: Helena, Joana e Agata. Elas não aceitavam que a imagem saísse de sua propriedade, só que aquele lugar era  de difícil acesso para construir uma Igreja maior.
      Como não havia mais Capela, o Sr. Archilau José Satóri cedeu a Escola que havia em sua propriedade, para assim ser celebradas as Missas e até festas em homenagem a padroeira todos os anos, sem a imagem. As filhas do Sr. Tomazio decidiram doar a imagem para a Comunidade de Pedregulho, sendo que Pedregulho já tinha Padroeira.
        Os fiéis da Bateia souberam que em (Vila Nova, no Município de Cachoeiro de Itapemirim) na época se encontrava um quadro com a imagem de N.Sra. do Caravaggio. O Sr. Archilau José Satóri    
 foi até lá e trouxe o quadro com o retrato da padroeira, com o apoio de Frei geraldo de Barrus por volta do ano de 1950, o Sr. Luiz Fávero construiu um cruzeiro em sua propriedade, onde a comunidade se reunia para rezar aos domingos às 14:00hs ( local esse onde seria construida a Igreja no futuro) embora não havia se desligado do Patrimônio do Ouro tanto no religioso como no social.


Os desbravadores.

          Devido ao aumento da população a comunidade foi em direção a Patrimônio do Ouro, esta sentiu a necessidade de construir a sua própria Igreja.
          Iniciando-se assim um mutirão de apoio e mão- de- obra, juntamente com o Frei Amâncio, que era o responsável pela comunidade na época. As pedras, areia, cimento, tijolos enfim todo o material de construção era transportado em lombos de burros e nas costas os ajudantes, pois não existia estradas na comunidade. O presidente da Igreja na época era o Sr.Archilau , e as famílias que ajudaram na construção foram: João Nali, Amélio Fávero, Ozilia Fávero, Antônio Fávero, Manoel de Oliveira (pedreiro), Genézio Tomaz Tomazini, Deonildo Picoli, Chueni Tomazini, Otávio Spavier Marcelino Ramos e Durval Belmonte;..Luiz Abílio e outros....
         O dinheiro para esta construção foi conseguido através de doações e leilões dos quais os fiéis saiam nas comunidades vizinhas de casa em casa com o quadro da imagem de N. Sra do Caravaggio, rezando a oração do Santo terço e realizando leilões.... Assim construíram a segunda capela da Bateia. A doação do terreno foi feito pelo Sr.Luiz Fávero, (enquanto vivo tinha prometido o terreno).
         Só que a Igreja estava pronta e a Padroeira estava na comunidade de Pedregulho, então os responsáveis pela comunidade de Pedregulho presentearam os moradores da Bateia com a imagem de Na. Sra. das Graças para a inauguração desta capela. Esta foi inaugurada no mês de Maio de 1964 com Frei Amâncio. Mas os fiéis não conformaram com esta troca, insistiram com frei para conseguir a imagem de volta, e finalmente no ano de 1968 a imagem foi trazida para a Capela da Bateia, pelo Sr. Archilau, Genézio Tomaz e Otávio Spavier.
          Todos os fiéis foram ao encontro da imagem em procissão com muita festa, todos cantavam de alegria, pela graça de ter a imagem de volta.  
            Por volta do final dos anos 60, Frei João Casagrande trabalho nesta comunidade, implantou entre alguns trabalhos o Grupo de Oração: Santa Mônica, eram os jovens que tomavam a frente deste grupo, na Vanguarda eram rapazes: Presidente Leonir Satóri, Vice-Presidente Jovandir Satóri e tesoureiro Milton Abílio. as moças também ajudavam.
          


Um comentário:

  1. Eita, eu nasci no Córrego da Prata, em 12/04/1946.
    Estudei na Escola Singular.
    Meu falecido pai, Nelson Dias, faleceu em 1951 ou 52 e foi enterrado no cimintério local.
    Me recordo das familias Giori, Baldão e Cossete. Sempre gostei de natureza.
    Hoje moro em SP...sinto um pouco de saudades da infância, apesar das dificuldades...andava descalçca, pois sapatos novos fazia calos...kkk

    ResponderExcluir